O som como forma - 1° lugar concurso nacional
Localização
Porto Alegre/RS/Brasil
Área
1.200 m² - em obras
CONCEITO
O início do projeto de auditórios deve partir do homem como unidade, ou seja, o objetivo principal deve ser a relação entre quem pratica a ação (orador) e quem vê a ação (plateia). No caso de uma instituição de ensino, normalmente o auditório é utilizado para a palavra falada e, quando necessário, com uso de amplificadores. Assim, os dimensionamentos acústicos, cênicos e luminosos devem priorizá-la. É praticamente impossível propor um espaço que atenda a todos os usos (palestras, teatro, música, etc.) com excelente qualidade acústica, uma vez que se exige do espaço características e comportamentos técnicos diferentes entre si. Para atender ao uso de Salão Nobre, a geometria interna da proposta para o novo auditório caracteriza-se com o palco com materiais refletivos (que redirecionem o som para reforço no fundo do auditório) e o fundo com materiais de absorção sonora (para que o som não retorne para a frente). Ao meio, espaço de plateia, foi utilizado material refletivo, porém com geometria difusora, um misto entre os dois tipos de material.
Propomos ainda que este espaço possua um novo acesso amplo, com acessibilidade plena para portadores de necessidades especiais através de plataforma elevatória. Buscamos inserir neste espaço iluminação natural nas laterais através de dois amplos painéis com tijolos de vidro (material escolhido para atender as normas de bombeiros quanto à compartimentação horizontal). O espaço contará com painéis em madeira no qual pode ser expostas obras culturais da universidade. Entendemos conceitualmente este espaço como um gesto de respeito ao caráter histórico do Salão Nobre.
Nas laterais externas do auditório aproveitamos os vazios existentes para criar espaços de convívio com novo paisagismo e inserção de árvores, grama, deck e bancos. A ideia é que este espaço sirva tanto para funcionários e alunos quanto para usuários externos que venham utilizar o auditório. Estas áreas verdes também tem a função de inserir mais vegetação (filtro de ar e barulho) no campus além de receberem toda a água pluvial coletada no telhado do auditório.
Trabalhamos com o conceito clássico de auditório/teatro Italiano com pequeno proscênio caracterizado pela disposição frontal da plateia ao palco, sendo este modelo o mais conhecido e utilizado para auditórios dentre as tipologias existentes. O palco ficará em um nível elevado (+ 1,00 m), separado da plateia, formando uma caixa “mágica”. Trabalhamos com palco ligeiramente retangular, em forma de caixa aberta na parte anterior, situado frontalmente em relação à plateia, delimitado pela boca de cena e, geralmente, sem bastidores laterais e com cortina frontal.