Sesc Mogi das Cruzes

Costura como estratégia

Localização

Mogi das Cruzes, SP

Área

24.000 m²

CONCEITO

CONCEITUAÇÃO

Entendemos o projeto para o Sesc Mogi das Cruzes, ainda que temporário, como uma intervenção em um objeto existente, mas também presente. Desta forma, buscamos uma arquitetura do detalhe, da escala lúdica, da costura. Costurar algo remete a um pensamento de “correção”, mas que acaba por aceitar um novo estado dos objetos. Passa-se a aceitar um objeto vivido e este é o maior benefício da costura. Procuramos deixar registrada a marca do existente, como uma cicatriz, não em seu sentido de dor ou algo ruim, mas no sentido de tomar consciência. Também novas inserções, paredes construídas, presenças são reveladas, tornando assim os edifícios passíveis de uma leitura de suas marcas.

É necessário compreender que o centro esportivo Socorro, agora nova casa do Sesc Mogi das Cruzes, já possui uma presença e assim uma memória, no tecido da cidade Assim, o projeto se insere como uma metáfora da reciclagem da paisagem, em função de uma necessidade humana de cultivar corpo e mente, em consonância com o objetivo do Sesc de promover ações socioeducativas que contribuam para o bem-estar social e a qualidade de vida dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, de seus familiares e da comunidade, para uma sociedade justa e democrática.

O RECICLÁVEL

Aceitamos, dentro de um pensamento contemporâneo, um potencial do cotidiano que busca promover soluções simples e de grande impacto na comunidade, desencadeando uma nova ética e estética da simplicidade. Assim, o projeto aproveita as construções existentes inserindo novos usos e significados. O conceito de aproveitamento vem do Latim PROVECTUS, “empurrado, impelido para a frente”, e de PROVEHERE, “fazer andar, levar para a frente, transportar”.  Ou seja, o projeto propõe um aproveitamento evolutivo das construções existentes. Propomos que toda a caliça gerada da quebra de paredes seja aproveitada em base de novos pisos e também na criação de mobiliários (cubos e chaise longues) a serem implantados no terreno em diversos locais.

IMPLANTAÇÃO

A ocupação do terreno partiu de dois eixos perpendiculares que organizam os fluxos e os programas. O primeiro eixo no sentido leste/oeste chamamos de eixo arte. Este conecta as duas portarias. Logo após o pré-atendimento o usuário irá ver a instalação de janelas, todas retiradas das construções revitalizadas. O eixo conecta ainda praça do café, galpão multiuso e brincar infantil. No meio do eixo previmos uma área de estar/relaxamento com mobiliários tirando proveito das vistas do local e da ampla arborização presente. A partir deste eixo é possível se deslocar até o ETA e setor administrativo.

O eixo norte sul é composto de duas faixas de calçamento com ampla área verde em seu centro. Este eixo se inicia na Av. Narciso Yague Guimarães. Neste local, inserimos uma pequena praça em função desta avenida ser um importante eixo de circulação no tecido urbano. A praça receberá mobiliário urbano e gradil de correr possibilitando que a mesma seja aberta em dias de grandes eventos do Sesc. Logo após esta praça teremos a horta, em área de ampla insolação, conectada ao quiosque. No encontro dos dois eixos previmos um palco para danças circulares que pode utilizar o gramado para receber público. Após cruzar o eixo leste/oeste chegamos ao nível do antigo campo de futebol. Neste local deixamos área para implantação de palco removível aproveitando as arquibancadas existentes. Inserimos ainda dois campos de futebol de 25×42 m.