Planetário Newton Freire Maia

Reunir Ciência, Arte e Cultura em uma arquitetura responsável.

O legado do pesquisador e geneticista que nomeia o parque já remonta a um patrimônio brasileiro que deve ser lembrado através, neste caso, de uma arquitetura ambientalmente responsável.

Uma arquitetura responsável deve se atentar que atualmente estimasse que cerca de 40% das emissões de gases do efeito estufa advém da construção em geral. Construção civil, infraestrutura, estradas, arquitetura, cidades, são grande parte de uma situação coletiva. Emissões são criadas na elaboração dos materiais de construção e o concreto sozinho é responsável por cerca de 8% das emissões mundiais. Uma arquitetura responsável deve se atentar que o gasto energético com climatização de ambientes também atua consideravelmente na emissão de carbono.

Assim, como primeira abordagem entendemos que uma construção voltada à ciência deve responder de maneira exemplar e resiliente à demanda energética, deve usar materiais com baixa emissão de carbono, minimizar o uso de concreto, prever ventilação permanente controlada e mínimo uso de climatização.

IMPLANTAÇÃO

O partido do projeto foi organizado a partir da leitura do local:

01 – Os novos espaços devem compor um único volume Norte-Sul construído, minimizando assim escavações, grande uso da terra e concentrando os fluxos do grande número de visitantes, em geral escolares. Esta ação também resulta na liberação da área como efetivamente um parque a ser utilizado de diversas maneiras.

02 – Este único volume com os espaços fechados (planetário, exposições, auditório e outros) foi posicionado em uma única cota de nível, o platô topográfico faceando a praça criada pelo globo de madeira existente. Criamos assim uma praça delimitada pelo novo volume e pelos pavilhões existentes.

03 – Na porção Noroeste do terreno, foi liberada uma grande área de parque livre, no qual foram locados os relógios solares, terraços, áreas livres para uso, arquibancada, amplo paisagismo ambiental (biovaletas, bacia de contenção de chuvas), manutenção de todas as árvores, novo estacionamento de ônibus e veículos.

04 – Dois novos portais delimitam as entradas. Serão em madeira, curvos e receberão placa translúcida com o nome do parque Milton Freire.

NOVO PLANETÁRIO

Definido este único volume Norte-Sul, foi então organizado o programa:

01 – O planetário foi localizado ao Norte do terreno, próximo ao acesso de pedestres, sendo assim amplamente visível a partir da estrada da Graciosa. A cúpula do planetário, por seu formato naturalmente arquetípico, foi posicionada na parte frontal do terreno, sendo visível a partir de todos os acessos.

02 – Em posição oposta, ou seja, Sul, foi posicionado grande parte do restante do programa e o auditório. Este pode ser aberto no fundo do palco, possibilitando uso interno e externo, e ainda visualizar a paisagem, e o mapa do Paraná.

Nas laterais do auditório foram posicionados banheiros. No 2° pavimento foram dispostas as áreas administrativas (técnicos e professores) e as salas multiuso, estas com visão para dentro do auditório e consequentemente para a paisagem. No terraço destes dois pavimentos foi disposto o café, com vista completa para o mapa do Paraná.

03 – O Hall, loja e Exposições foram posicionados entre o planetário e o bloco auditório. É um espaço de pé-direito triplo, com o pêndulo de Foucault ao centro. Em uma passarela temos ainda o circuito expositivo com uso de linhas do tempo, projeções na cúpula do planetário e visual externa Norte.

04 – Uma única cobertura protege os volumes. Esta é apoiada em apenas 04 pilares. Duas vigas Vierendeel Leste e Oeste, em madeira, liberam as visuais no térreo e os acessos. As vigas recebem um sistema de brises para proteção solar garantindo luminância natural adequada na passarela expositiva e nos espaços administrativos e sala de professores. Unindo as estruturas Vierendeel, foram projetadas vigas/calhas também em madeira, possibilitando uma construção pré-moldada, rápida e com mínimos resíduos de construção.